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Descaso com a segurança

Criminosos invadem Ciase, quebram vidros e reviram salas administrativas

Uma invasão ao Centro Integrado de Atendimento Socioeducativo (Ciase), por volta das 16h10 deste domingo (9), no bairro Mário Cypreste, em Vitória, assustou os servidores socioeducativos que trabalham no local. Pelo menos dois criminosos quebraram o vidro que dá acesso ao hall da unidade e conseguiram entrar em quatro salas. Em outro ponto, os criminosos tentaram acessar a sala do delegado também quebrando o vidro pelo lado de fora. 

Para quebrar os vidros, os criminosos utilizaram placas de granito, chaves de fenda e barras de ferro. Do lado de dentro, eles reviraram armários e gavetas de salas administrativas. 

Os bandidos fugiram do local, após perceber uma movimentação de funcionários próximo às salas. No local, eles deixaram para trás uma bolsa com chaves de fenda, faca e uma barra de ferro. 
No momento, a unidade custodiava quatro adolescentes que aguardavam procedimentos de ingresso ao sistema socioeducativo. 

Segundo o Sindicato dos Servidores do Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (SINASES), a unidade não conta com câmeras de segurança na parte externa e nem na parte interna. 
O local externo, onde os vidros foram quebrados, são de livre acesso de qualquer pessoa e são frequentados por moradores de rua e usuários de drogas que se abrigam no local. A presença dessas pessoas na área de segurança da unidade foi por diversas vezes denunciada ao Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (IASES).

 A invasão da unidade preocupa o Sindicato pela fragilidade da segurança. “O que aconteceu nesta tarde de domingo no Ciase é inadmissível e vergonhoso. Um Centro integrado que abriga a Polícia Civil, o Ministério Público, o Judiciário e outros órgãos importantes ser facilmente invadido demonstra um descaso com a segurança. O fato de não ter câmeras internas e externas é outro agravante. As vidas dos servidores também estão em risco. O local recebe adolescentes de altíssima periculosidade e os agentes socioeducativos não portam armas. Se nada for feito de forma urgente, estamos diante de uma tragédia anunciada que poderá acontecer a qualquer momento” alertou o presidente do SINASES, Bruno Menelli.
 
Bruno também disse que depois da apuração final do caso, vai levar o assunto para Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa e cobrar melhorias da segurança do local. “Não podemos ainda admitir e fazer de conta que o sistema socioeducativo não precisa de uma segurança robusta e eficaz. Socioeducação lida com adolescentes perigosos que são chefes do tráfico de drogas, homicidas e pertencentes a organizações criminosas com poderio bélico de fazer inveja a qualquer força policial. Recentemente, eu denunciei à Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa um “salve” do PCC (Primeiro Comando da Capital) para recrutar adolescentes no Espírito Santo.”